...quase todo dia uma pequena viagem...
 

quinta-feira - 23 de outubro de 2003

Vivendo em Bogotá



A capital da Colômbia apareceu hoje no jornal O Globo como o paraíso dos transportes na terra. Mais do que muitos outros, o último informe publicitário da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (FETRANSPOR) foi especialmente tendencioso beirando o ridículo. A intenção parece ser mostrar a população carioca que um plano inviável a longo prazo e que não resolveu o problema de Bogotá seria útil para a Cidade Maravilhosa.

A publicação da entrevista com o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa falando sobre o sistema TransMilenio aponta de forma resumida todos os benefícios dessa infraestrutura que custou caro e tem enormes impedimentos para a sua universalização. Bogotá hoje é a maior cidade do mundo que conta com os ônibus como principal meio de transporte, nada mais lógico que a Fetranspor defenda a implementação do sistema no Rio ao invés do carríssimo metrô.

As cidades pobres da América Latina não dispõe de bilhões de dólares e inúmeras décadas para estruturar o seu transporte de massa, como dispuseram Nova Iorque, Paris e Londres. A questão é urgente mas tem de ser solucionada pois o caos tende a se agravar exponencialmente com o passar dos anos. Mas infelizmente nem projetos estudados como o RioÔnibus conseguem sair do papel e muito menos parece haver espaço para se pensar o transporte metropolitano de maneira integrada utilizando as possibilidades já existentes, principalmente os trens suburbanos. =



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terça-feira - 13 de maio de 2003

Rio Antigo



Palácio do Catete É tão real ver o lado londrino do Rio, dos casarios antigos do começo do século XX. Sobrados que hojem tem outros usos, restaurantes, boates, lanchonetes, bancos. Tudo funcionando em prédios com quase um século. A realidade nos trás de volta ao Brasil quando nos deparamos com os carros estacionados nas calçadas esburacadas, os camêlos na entrada do metrô que exala cheiro forte de ácido úrico... fora mendigos, pixações e sujeira...

Ainda assim, os prédios estão lá, o tempo que passou ainda pode ser visto, hoje. E mesmo a degradação do tempo, deixou viva a beleza de décadas atrás. Algo que não ocorreu com Copacabana, cuja aura do seu auge nos anos 40/50 é algo irrecuperável, o bairro tornou-se uma favela vertical, com os resquícios de antigamente soterrados pela feiúra dos prédios mais recentes e pelo adensamento sufocante. Com o Catete, Glória e a Lapa a arquitetura carioca sobreviveu ao milagre econômico, mas se esvai aos poucos vítima dos maus tratos que a pobreza do país impõe. = Aqui um pequeno corte do excelente artigo: IMAGENS DE UM RIO QUE NÃO SE PERDE de Isabel Lustosa.



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terça-feira - 13 de maio de 2003

Para se apaixonar pela cidade



Imagens de um Rio que não se perde (*)

Isabel Lustosa

(...)

(...) Catete e Glória, já não são os mesmos do tempo dos presidentes e do tempo ainda mais longínquo do Imperador. Perderam muitas das suas características particulares. Mas ainda se avista seguindo pela Rua da Gloria em direção à Bento Lisboa e antes de se passar defronte do prédio da histórica delegacia, o casario da rua Barão de Guaratiba com suas paredes amarelas e portas vermelhas, casas emparelhadas, de interior sombrio e aluguel barato, felizmente esquecidas pela especulação imobiliária. E no Catete ainda se encontram vilas, como as de antigamente. Sumiram as pensões familiares das primeiras décadas deste século. Tantas, que se multiplicavam no entorno do palácio e seguiam na direção da Glória. Casas de cômodo de um certo nível em que se abrigavam famílias vindas do interior ou grupos de estudantes boêmios. Mas ficaram ainda alguns dos pequenos hotéis... E tem ali ainda aquele comércio tão característico do velho centro do Rio, comércio de balcões e prateleiras escuras, papel grosso para embrulhar a mercadoria, barbante descendo do teto e um indefectível dono português a escrevinhar a contabilidade da empresa.

(...)

(...) A transferência da Presidência para Brasília, levando com ela as famílias dos que trabalhavam ou de alguma forma estavam ligados ao staff presidencial arruinou muita gente que vivia das beiradas do poder. Por essa curiosa ironia, que faz com que a arquitetura cubana, por exemplo, tenha o maior conjunto de prédios coloniais preservados em toda a América, o abandono e o esquecimento foram os responsáveis pela conservação do que ainda existe do Catete e da Glória. Poupados pela ausência da grana "que ergue e destroi coisas belas" estão ainda lá quase intactos os prédios da Beneficiência Portuguesa; do Templo Positivista; do High Life, do Palácio de São Joaquim; o antigo Asilo de São Cornélio, onde hoje funciona uma faculdade de medicina e o Colégio Amaro Cavalcante, no Largo do Machado, produto do desprendimento de D. Pedro II, que em vez de estátua preferiu que se erguesse em sua homenagem uma escola. Coisas pelas quais a gente passa quase sem notar.

  • Publicado em "Glória e Catete". Col. Bairros do Rio, Rio de Janeiro: Casa da Palavra; São Paulo: Editora Fraiha, 1999.


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terça-feira - 15 de abril de 2003

Insegurança



Só é verdadeiramente violenta a cidade onde as pessoas tomam precausões nas atividades mais rotineiras. Desconfiando de tudo e de todos.

"(...) Como cidadão, acho que a resistência a esse estado de coisas é a gente não deixar de levar a nossa vida normal. Isso eu aprendi em Sarajevo. Os caras debaixo do cerco e a grande atitude de resistência era continuar trabalhando, indo ao teatro, aos bares. (...)"

Pedro Bial em entrevista à Revista Trip.



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sábado - 12 de abril de 2003

De novo, automóveis...



São confortáveis por dentro, exalam segurança e trazem a liberdade fabricada por anos de publicidade. No entanto, mais evidente a natureza agressiva e egoísta quando ocorrem as colisões. Uma batida é sempre algo que gera comoção por vários minutos, concentra pessoas, deixa todos desconfortáveis quando há vítimas.

Hoje um táxi e uma palio weekend, na esquina da rainha elizabeth se destruíram. Deslocou um poste e faz cair a lâmpada o palio acertarndo também o flanelinha/transeunte. Já o taxista que freiou forte vitimou o fusca inocente, estacionado na esquina.

Saldo: um homem ferido, dois carros destruidos e um terceiro amassado. Custo para o estado: deslocar duas ambulâncias e um caminhão dos bombeiros; além de uma viatura da Polícia Militar. Custo para a cidade: atendimento médico com eventuais cirurgias; um poste de luz.



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sexta-feira - 11 de abril de 2003

Automóveis Vs. Liberdade



Sem pensar em teorias da conspiração é possível elaborar diversas possibilidades para o porque de tantos ônibus queimados. No mínimo é máfia das vans ou simplesmente marginais querendo "entrar na moda". Afinal se tem malandro da zona oeste à zona sul depredando e queimando, pra que ficar de fora. O problema final é que com isso fica limitada cada vez mais a capacidade de deslocamento da população de baixa renda e se torna cada dia mais importante possuir um automóvel.

No entanto, a utilidade de um veículo para deslocamento próprio que possa também levar a família é algo que demanda um grande investimento e tem custos fixos bastante consideráveis. Não basta sonhar com o direito de ir e vir automotizado pra lá e pra cá, é preciso ter o dinheiro para não só usar o carro na sexta-feira na ida ao trabalho e nos passeios de fim de semana.

Motivadas pelo "sonho de liberdade", milhares de pessoas adquirem o seu primeiro automóvel. Para nas grandes cidades cada vez mais terem seu direito de ir e vir confiscado por buracos, assaltos e principalmente, pelo espaço que ocupa "o outro". Afinal todo motorista velho ou novo sempre sonhou em poder comprar um carro e sair por ai "livre". Numa necessidade imposta. Posto que é insanamente contra produtivo fazer com que uma única pessoa tenha que deslocar uma estrutura de uma tonelada para ir de um lado a outro.



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domingo - 30 de março de 2003

No trânsito...



Madrugada de sábado, Rio de Janeiro. Ao volante, motoristas suicidas, correndo em pistas esburacadas de um rally noturno em condições impossíveis. A morte talvez seja prêmio, o punição para os pais, ou parentes. Pois afinal, a morte faz cessar todos os males e anseios. Tragédias tem conseqüências próximas, independente do agente causador. Seja a brutalidade autodeterminada dos "ases noturnos do volante"; seja o acaso de um tiro como definidor do fim de uma vida. = Dois mortos no trânsito pela velocidade: acidentedecarro (text/plain, 2 KB)

Um vivo no mar de impunidade: radarflagra (text/plain, 2 KB)

A dor da superproteção frustrada: retrato (text/plain, 4 KB)



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