sábado - 31 de janeiro de 2004
Sonífero
Detestável cansaço diário, desnecessário que nos empurra à cama. As cores, por mais forte que seja a luz ambiente não parecem corretas. Não há ajuste possível que torne as imagens nos olhos mais nítidas. Impossível regular uma máquina tão frágil que vicia-se num ciclo de 16 horas de trabalho e 8 de descanso absoluto, com diversas interrupções para as necessárias refeições.
Enquanto isso, lá fora o eremita enlouquece um pouco mais, proferindo discursos contra os burgueses vizinhos de suas terras.
Postada às 04:01 - Horário de Verão de Brasília
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quinta-feira - 11 de setembro de 2003
Um pouco de Teatro
Bárbara Heliodora é a maior conhecedora de Shakespeare no Brasil, e crítica de letras afiadas. No entanto, lendo sua entrevista, soa como sua avó. Um pouco saudosa dos "velhos tempos", mas acima de tudo intolerante com o popularesco.
A coisa que mais me incomoda hoje em dia no teatro, que me dá vergonha, é ver o público cair na gargalhada cada vez que uma atriz solta um palavrão. (...) Não estou querendo censurar, nem quero um teatro moralista, mas não se pode deseducar a esse ponto. Tenho certeza que todas aquelas porcarias que levam para os teatros lá em Miami, como eu chamo a Barra da Tijuca, estão sempre cheias e com as pessoas às gargalhadas. É um prejuízo para o Brasil.
ISTOÉ – Se Shakespeare desembarcasse hoje no Brasil...
Bárbara - Ficaria meio chateado porque ele escrevia teatro popular. E teatro popular não precisa ser ruim. Ele atendia ao público, em geral, de todo o espectro social, o que hoje em dia é muito difícil. Meu Deus, as pessoas são capazes de pensar, de gostar de uma coisa boa! (...)
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Ela não tem 80 anos!
Postada às 20:09 - Horário Padrão de Brasília
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quarta-feira - 10 de setembro de 2003
Ser Carioca
O clima é benção, mesmo quando está frio. Pois o calor do sol instiga a passar o dia na praia e banhos gelados de manhã e de noite.
Já o frio do inverno que tivemos perdoa-se facilmente mesmo com chuva, ao se olhar as nuvens que englobam os morros.
Com mais propriedade: Vinicius de Moraes, carioca da gema, opina quando da polêmica mudança da capital federal para Brasília. Uma crônica bem humorada retratando bem o espírito de sua gente e da cidade.
Estado da Guanabara - Vinicius de Moraes
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Postada às 16:09 - Horário Padrão de Brasília
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segunda-feira - 04 de agosto de 2003
Ver o Eco.
Tantos bombardeios visuais, tantos cartazes, tantas luzes. Passa tudo tão rápido que mesmo a luz do dia, torna-se um pouco como os contrastes da noite. Impedindo os que simplesmente passam, rápidos de ver além dos emaranhados de luz e cores. Os estímulos são tantos, que impossibilitam enxergar. Só nós é permitido olhar, observar a tudo, sem criar nada. Fazendo eco dos estímulos do mundo, dos meios e anseios humanos.
Postada às 21:08 - Horário Padrão de Brasília
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segunda-feira - 21 de julho de 2003
Reciclando Letras
Chegar sozinho, garagem morna, hall escuro. Na cozinha, luz distante, vinda da copa. Vida que se alimenta de pizza, vento e trabalho. Pitadas de Jesus Cristo, sigo. Dilato as pupilas para reconhecer o que me é familiar. Faltam apenas as pessoas, luzes. O sono chamou a todos e resta-me buscar a companhia da tela do computador e suas mensagens piscantes. Conversas mudas, textos verborragia. Um cheque solto, um sono travado.
Acho melhor ir dormir, ir-me embora para Pasárgada. Lá posso não ser amigo do rei, mas pelo menos sonho com amantes, belas princesas. Amores de hoje, de amanhã, misturados sempre ao que não se apaga de ontem.
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De uma editora como essa, é de se esperar o livro ("um guia completo e muito bem-humorado sobre o complicado relacionamento esposa - marido - amante.").
Vender pela capa a felicidade e/ou paz de espírito parece ser o objetivo comercial único de diversas editoras. Propagando por estantes as mais extensas, que tudo se aprende, sozinho, através de páginas de livros.
- Trecho entre aspas tirado daqui.
> Originalmente escrito na Quarta Feira, 29 Maio, 2002.
Postada às 00:07 - Horário Padrão de Brasília
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segunda-feira - 14 de julho de 2003
Chuva e Inverno
Perto dos 20 °C o Rio de Janeiro fica "europeiamente" lindo. E quando chove, se assemelha a algo entre Bangladesh e Londres. Da Ásia vem o caos urbano, a desordem dos transportes, da Inglaterra, as nuvens baixas, o mais próximo que temos de fog, que cobre o Cristo Redentor, deixando um pouco sem norte a cidade. Afinal, é a estátua, e não o túnel Rebouças, que une Zona Norte e Zona Sul. Da praia da bica, à poluída Lagoa Rodrigo de Freitas, resplandece nas montanhas a imagem da cidade, no alto. Bem de perto ou muito distante.
A rua São Clemente, forma uma moldura para todo o Corcovado e o monumento que coroa a montanha. Mas nos dias de chuva, nada se vê. No chão tantos carros, numa sexta que chove. Onde os carros e ônibus não fluem, num ritmo lento. Talvez a lentidão do trânsito e a chuva fraca de frio e fogue, tenho dado ao motorista um verdadeiro espírito londrino. Ao invés da pressão por mais cinco metros, o condutor levava o veículo aos poucos, sem trancos.
Os vidros embaçados, e o ar viciado. Não parecia uma lotação, fazendo seu trajeto regular. Assemelhava-se as dependências de uma sala de estar. Todos voltando do trabalho, cansados e em silêncio. Havia vida lá fora, mas só a que se via. Pelos vidros fechados, não transpassava a violência do ir e vir caótico de Botafogo.
Postada às 23:07 - Horário Padrão de Brasília
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sábado - 28 de junho de 2003
A essa hora...
A essa hora, só me resta o plágio... para não cair no óbvio.
Clichê é aquilo que não existe muito (algumas coisas existem pouco, outras existem muito). O clichê é escrito sempre por alguém dormindo.
Alexandre Soares Silva
Postada às 02:06 - Horário Padrão de Brasília
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