essa noite eu tive um sonho de sonhador maluco que sou, eu sonhei com o dia em que a terra parou Foi assim: no dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa, como que se fosse combinado, em todo o planeta, naquele dia ninguém saiu de casa. o empregado não saiu pro seu trabalho pois sabia que o patrão também não 'tava lá dona de casa não saiu pra comprar pão pois sabia que o padeiro também não 'tava lá e o guarda não saiu para prender pois sabia que o ladrão também não 'tava lá e o ladrão não saiu para roubar pois sabia que não ia ter onde gastar e nas igrejas nenhum sino a badalar pois sabiam que os fiéis também não 'tavam lá e os fiéis não saíram pra rezar pois sabiam que o padre também não 'tava lá e o aluno não saiu para estudar pois sabia o professor também não 'tava lá e o professor não saiu pra lecionar pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar e o comandante não saiu para o quartel pois sabia que o soldado também não 'tava lá e o soldado não saiu pra ir pra guerra pois sabia que o inimigo também não 'tava lá e o paciente não saiu pra se tratar pois sabia que o doutor também não 'tava lá e o doutor não saiu pra medicar pois sabia que não tinha mais doença pra curar essa noite eu tive um sonho de sonhador maluco que sou, acordei no dia em que a terra parou

Raul Seixas - O Dia em que a Terra Parou

Cadernos rabiscados com ilustrações de cidades vistas por viajantes... Ou simplesmente ilustrações caprichadas de paisagens urbanas.

Cadernos de Viagem com desenhos disponíveis pela rede e um livro do mestre Jano já publicado.

Na Tijuca, local de concentração de "boemios playboys" a praça Varnhagen é conhecida verbalmente como "Vanhargem". E mesmo lendo a biografia desse imortal patrono da cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras (a mesma de Roberto Marinho), não se pode concluir a importância hoje de Francisco Adolfo de Varnhagen para que possa ser ele uma praça tão importante, equivalente à Santos Dummont para a Gávea.

A imortalidade humana definitavemente é conquista questionável, poder ostentar seu nome pelos séculos a fora em alguma placa de rua e ser chamado por um nome que não é seu. Ou então ser como Luiz Carlos Prestes, que dá nome a uma via secundária que contorna o maior templo do consumo da América Latina (título divulgado por eles mesmos), o BarraShopping.

Santa Teresa e seu bondinho é resquício dos transportes urbanos no Rio de Janeiro. E dos restos de investimentos constantes no transporte hoje temos o caôs viário na cidade.

Metrô que não conversa com os trens, que foram sucateados e substituidos pelos ônibus que modificam apenas a perfumaria chegando a quase inviabilização do transporte.

País tão pobre com um Estado tão sedento de dinheiro e com investimentos que se sobrepoem ignorando o passado. = Excelente endereço com mais sobre bondes. = Motivando pelas buscas: MEIO+DE+TRANSPORTE+NOS+ANOS+60 e letras+de++música+sobre+trem

Deslocando-se pela cidade ao volante, a cidade é plana, poucas imagens, muitas placas, cores difusas.

Sentado na janela do ônibus, tanto mais se vê. A perua no carro pequeno e luxuoso por dentro que procura na bolsa algo que não se vê.

No lotação, todas as histórias são interrompidas e no ritmo do motor a diesel, seguem-se muros, com pedaços faltando dos áureos tempos e muitas cores dos novos tempos de pixações e grafites.

"nada mudará a sociedade, se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado em um nível muito mas elementar, cotidiano, não forem modificados"

Michel Foucault

Microfísica do Poder = Mais versões integrais de livros em: sabotagem.cjb.net

Definitivamente o hábito milenar dos seres humanos de dormir durante a noite e passar 16 horas seguidas acordado não parece tão natural assim.

As tardes parecem sempre espaços vazios do dia enquanto as madrugas têm tantos estímulos e as manhãs são sempre mais agradáveis do que um meio de tarde.

Pelo modo de vida espanhol da siesta...