Daniel Akst escreve no New York Times de 5 de outubro defendendo o direitos autorais como "um conceito que é essencial para a liberdade e prosperidade na era da informação". Para ele, o peer-to-peer (P2P) torna as pessoas comuns da classe média ladrões comuns.

E para se justificarem perante a si mesmas e aos outros, politizam sua decisão de não pagar por algo que pode obter de graça. Mas a verdade é que assim como foi um absurdo o tal de Gutemberg fazer cópias dos livros em quantidades antes inimagináveis, hoje é um absurdo a pirataria. A própria idéia de "A Era da Informação" não pode ser entendida com os velhos conceitos. E o exemplo dado por Akst no início do texto sobre jornais deixados em exposição ao lado de uma latinha para o dinheiro não se aplica. As informações contidas num jornal impresso são do mundo de Gutemberg, mas os computadores e a internet estão criando uma outra lógica que ninguém entende direito e onde ainda não se descobriu como remunerar devidamente os autores por seus trabalhos.

Definitivamente não vai ser por uma volta para o passado que teremos a solução de um problema. Há de se criar uma nova lógica, afinal se o homem matou Deus, que existe a mais de 5 mil anos, o que se dirá do direito autoral, criação ultra recente em termos históricos.

E sim, isso é apenas uma justificativa intelectual para poder escolher o que quero ouvir, o que quero ler, sem ter de pagar pela prensagem de um cd, ou pela impressão de um livro.

Um blog com links para diversas notícias e assuntos que desvendam esse "mistério" que é o Google. Afinal, sem ele, ou algum outro algoritmo eficiente, organizar o mundo e dar sentido às, literalmente, incontáveis palavras espalhadas nessa rede de computadores, seria impossível.

Definitivamente existe um saber envolvido quando se faz um busca na internet. Não é como um livro que se busca pelo nome do autor ou assunto. A melhor maneira de se achar alguma informação preciosa, é com um fragmento. Não qualquer fragmento, mas o pedaço certo que combinado com a palavra ideal, desvenda ou traz a tona um conhecimento antes mergulhado no lodo. =

• Google Is Watching and Counting - Lisa Napoli - Nytimes

Já foi um curta, e quando chegou a ser longa atingiu apenas os 70 minutos, quase um média-metragem. Mas o filme "À Margem da Imagem" de Evaldo Mocarzel é marcante.

Apenas apresentando moradores de rua de São Paulo e sua realidade, vai traçando um perfil de pequenas realidades. Aos poucos se entende quem são aquelas pessoas, sem nunca saber ao certo seus nomes. Sabe-se apenas pequenos episódios de suas vidas, ou o que pensam sobre determinado assunto.

E através de uma colagem que solidificou mais de 70 horas de vídeo digital em 70 minutos de película criou-se uma narrativa. Desesperadora, que não aponta soluções, apenas é uma história. Fabricada sim. Não só baseada em fatos reais, mas na visão das pessoas que vivem a realidade da miséria extrema na metrópole próspera.

Um dos personagens define o porque da sua "opção" justificando que sustenta melhor sua família na sua cidade natal sendo mendigo em São Paulo, do que como trabalhador "de fato" no interior, morando junto aos seus.

E assim é com milhões de outros e talvez até certo ponto com o Brasil inteiro. Vivemos com as sobras da exuberância econômica de uma única metrópole, no máximo duas. A riqueza está no Eixo Rio-São Paulo, em algums capitais, e no interior de São Paulo (parte dele). E é só.

Existe um outro país impossível de ser conhecido por quem tem casa, comida, roupa e acesso a internet.